Quem conhece a sensação de não saber o que dizer na frente de extranhos, não sair tão frequentemente aos fins de semana e da perda da memória quando deve puxar algum assunto...bem vindo ao grupo, apresento a vocês a minha inTÍMIDAde!!!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Não me toques




Diz se de uma pessoa arrogante e chata que ela é: cheia de “não me toques”... Podem me chamar de chata, pois eu sou, ou pelo menos era cheia dessas, como direi, “restrições táteis”... Deixe-me explicar:
Nunca fui muito de contato físico, sobretudo com quem não conhecia. Em minha casa tinha-se o costume de apenas abraçar em datas comemorativas (aniversários, etc...), beijo era coisa raríssima. E não porque fossemos frios ou não nos gostássemos, muito pelo contrario, nunca duvidei do amor de meus pais e irmãos. Mas mantínhamos certo recato e timidez, muito provavelmente advindo da criação rígida que meus pais receberam na infância (tempo em que se apanhava muito por muito pouco). Desde então sempre achei absurdo cumprimentar beijando o rosto de quem não conheço, abraçar estranhos ou mesmo pessoas não muito próximas na igreja nas confraternizações e qualquer contato muito próximo sempre me assustou de certa forma.
Lembro-me de uma vez em que trabalhava nos tempos da faculdade, uma menina que eu conhecia apenas há alguns dias e pouco falava comigo, retirou um cisquinho no meu rosto, me lembro que no rápido instante em que ela tocou meu rosto eu perdi o fôlego. Uma mistura de susto, medo, sei lá... Estranheza!
Imaginem então como eu tive que lidar com essas sensações durante a gravidez. Minha linda e enorme barriga redondinha era convite tentador a pessoas próximas, distantes e até mesmo desconhecidos, tocarem, acariciarem e para o meu espanto até beijo na barriga ganhei de uma pessoa que eu nunca tinha visto na vida.
Lembro da primeira vez que tocaram minha barriga de gestante, ainda não estava tão grande e eu achei esquisito, afastei a mão da pessoa impulsivamente, depois me senti meio boba e fui deixando. De repente já não estranhava mais, era bom, eu mesma sempre gostei de tocar em gestantes e sentir o bebê mexendo (só de pessoas conhecidas, claro!), e percebi o quanto era especial para os outros sentirem meu bebe se mexendo. Percebi que não são ofensivos a maioria dos toques. Hoje já me percebo recebendo e dando beijos no rosto nos cumprimentos mesmo em estranhos e já não é estranho, é natural, é afetuoso... é bom.
E quero aprender a tocar mais, beijar mais, abraçar meu bebê, pra que ela cresça gostando de dar e receber carinho, por que isso é bom e literalmente nos aproxima das pessoas...

Um comentário:

  1. Eu também era cheia de "não me toques". Eu acho que a maioria dos tímidos tem isso e, talvez a maioria dos tímidos tenham pais que não tem o costume de beijar e abraçar. Meu pai mesmo é assim, só dá demonstrações de afeto em datas comemorativas. Já a minha mãe sempre abraça e beija.
    Com estranhos eu ainda sou meio assim. Abraçar eu até abraço, mas beijar não.
    Porém eu acabei me acostumando com a aproximação carinhosa das pessoas. A minha melhor amiga sempre foi muito carinhosa comigo, e quando nos conhecemos, eu estranhei o jeito que ela tinha de ficar me abraçando, porque nunca ninguém "desconhecido" agia dessa maneira, mas acabei entendendo que era o jeito dela e já não me sentia mais "incomodada", porque eu percebia que era muito espontâneo dela.
    Outra coisa é que antes eu não gostava quando a minha mãe ficava toda hora querendo me abraçar, mas hoje em dia eu adoro.

    Bom, parabéns pela bebê! :)

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