Diz
se de uma pessoa arrogante e chata que ela é: cheia de “não me toques”... Podem
me chamar de chata, pois eu sou, ou pelo menos era cheia dessas, como direi,
“restrições táteis”... Deixe-me explicar:

Lembro-me
de uma vez em que trabalhava nos tempos da faculdade, uma menina que eu
conhecia apenas há alguns dias e pouco falava comigo, retirou um cisquinho no
meu rosto, me lembro que no rápido instante em que ela tocou meu rosto eu perdi
o fôlego. Uma mistura de susto, medo, sei lá... Estranheza!

Lembro
da primeira vez que tocaram minha barriga de gestante, ainda não estava tão
grande e eu achei esquisito, afastei a mão da pessoa impulsivamente, depois me
senti meio boba e fui deixando. De repente já não estranhava mais, era bom, eu
mesma sempre gostei de tocar em gestantes e sentir o bebê mexendo (só de
pessoas conhecidas, claro!), e percebi o quanto era especial para os outros
sentirem meu bebe se mexendo. Percebi que não são ofensivos a maioria dos
toques. Hoje já me percebo recebendo e dando beijos no rosto nos cumprimentos
mesmo em estranhos e já não é estranho, é natural, é afetuoso... é bom.
E
quero aprender a tocar mais, beijar mais, abraçar meu bebê, pra que ela cresça
gostando de dar e receber carinho, por que isso é bom e literalmente nos
aproxima das pessoas...